Viana Visão

Há alianças que moldam
sociedades inteiras sem que percebemos a extensão de sua influência. Entre
elas, poucas são tão antigas e eficazes quanto o elo entre religião e política.
A
religião, aliada a politica, é uma união perfeita para escravizar ignorantes. Quando
unidas, tornam-se uma força capaz de conduzir multidões, estabelecer verdades
absolutas e construir estruturas de poder que se estendem por gerações.
E, ao contrário do que muitos imaginam, essa união raramente se apresenta como tirania; quase sempre veste o manto da proteção, da ordem e do propósito. A fé, por sua natureza, toca aquilo que há de mais íntimo no ser humano o desejo de respostas, de sentido, de pertencimento. Já a política, por sua natureza, organiza o espaço onde existimos define regras distribui poder, administra destinos.
Quando esses dois
domínios se encontram, a linha que separa orientação de dominação se torna sutil. O que deveria libertar acaba, muitas vezes, aprisionando. O perigo não
está na espiritualidade nem na participação social da cidadania, mas na transformação de
ambos em instrumentos de obediência cega, e a mente se torna prisioneira!
Reflexões
Quando dogmas sagrados
se misturam a interesses terrenos, cria-se um cativeiro invisível: pessoas
deixam de pensar, duvidar, questionar e passam apenas a repetir. E, assim,
tornam-se massa de manobra perfeita para líderes que, sob o pretexto de proteger
valores ou honrar tradições, apenas perpetuam seu próprio poder. Ignorância,
nesse contexto, não é ausência de escolaridade, mas ausência de consciência.
É a disposição de aceitar respostas prontas, de enxergar o mundo pelos olhos de quem se autoproclama ungido. É acreditar que liberdade existe mesmo quando as escolhas foram previamente moldadas. Mas toda reflexão verdadeira convida à esperança. Porque a mesma capacidade humana de crer e obedecer são também a capacidade de despertar, além das correntes imagináveis.
De perceber que fé não precisa servir a partidos, e que política não deve se sustentar de altares. Que nenhuma instituição merece o poder de determinar o pensamento alheio. E que o ato mais revolucionário, em qualquer época, é a lucidez. Quem busca compreender, já está um passo além da alienação. E quem questiona, mesmo em silêncio, já começou sua própria libertação. Quando a mente desperta, nenhum altar e nenhum trono conseguem mantê-la alienada. No despertar da consciência, a mente se liberta! Autor: Viana Visão
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