sábado, 29 de novembro de 2025

O Teatro do Poder!

  Viana Visão 

Há momentos na história de um país em que a vida pública se revela como um grande teatro. Os holofotes se voltam para políticos, juízes, pastores e figuras que ocupam o centro da cena, mas é no escuro da plateia, onde o dinheiro repousa silencioso, que se encontra o verdadeiro diretor. Ali, longe do olhar comum, bilionários e grupos econômicos moldam os rumos da nação, compram vontades, influenciam decisões e redesenham o destino coletivo conforme seus próprios interesses.

A população, que deveria ser protagonista, termina reduzida a figurante. Serve como número estatístico, massa eleitoral, público facilmente inflamado por discursos que trocam a realidade pela conveniência. E esse mecanismo de manipulação se aperfeiçoa na divisão entre direita e esquerda. A direita, em sua face mais extrema, ergue bandeiras intensas, ordem, liberdade, moralidade. Mas muitas vezes esconde, sob esses símbolos, um compromisso inegociável com privilégios antigos.

Cria cenários de heroísmo artificial, promove patriotismos de fantasia e transforma ignorância em espetáculo. No subsolo dessa retórica, surgem atitudes que se confundem com farsas, falsidades, fanatismos, gestos que alimentam o caos.

À esquerda, embora frequentemente mais sensível às urgências sociais, também carrega suas falhas e contradições. Não é perfeita, nem pretende ser. Mas ainda busca, em alguma medida, enfrentar a fome, a desigualdade e o abandono. É uma corrente que se debate entre acertos e tropeços, sem jamais escapar completamente do risco da idealização!

Reflexões

No entanto, acima das disputas partidárias, existe uma realidade dura e silenciosa, o povo permanece na periferia do poder. É usado quando convém, descartado quando questiona manipulado por narrativas que transformam vítimas em culpados. A fé é explorada como moeda política; a desinformação se espalha como vírus; líderes que deveriam representar a população se deixam arrastar por interesses que nada têm de públicos.

Nessa dinâmica sombria, o país vive doente. As instituições se fragilizam, a Justiça perde credibilidade, a violência ganha terreno e a insegurança se torna parte da rotina. Entre milícias, crimes políticos, discursos de ódio e decisões marcadas por interesses ocultos, o cidadão comum se vê abandonado à própria sorte tentando compreender quem, afinal, governa sua vida.

Mas há um fio de esperança. Ele aparece nas vozes que se recusam à passividade, nos movimentos que defendem dignidade, nas pessoas que enxergam além das fachadas. É no despertar da consciência coletiva que reside à possibilidade de ruptura, romper o ciclo de manipulação, exigir transparência, reconstruir a confiança desmontada peça por peça.

Enquanto essa transformação não acontece, a nação continua prisioneira do velho teatro. Poucos escrevem o roteiro, poucos lucram com o espetáculo, e muitos pagam com suas vidas, seus sonhos e sua paciência para assistir a um drama que não escolheram viver.

O palco está montado. Mas a história só muda quando o público decide levantar-se e ocupar, enfim, o lugar que sempre lhe pertenceu. Quando você entender sua realidade você acorda, o maior medo da politicagem podre é pobre inteligente! Autor: Viana Visão

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