Viana Visão
Há momentos na história
de um país em que a vida pública se revela como um grande teatro. Os holofotes
se voltam para políticos, juízes, pastores e figuras que ocupam o centro da
cena, mas é no escuro da plateia, onde o dinheiro repousa silencioso, que se encontra
o verdadeiro diretor. Ali, longe do olhar comum, bilionários e grupos
econômicos moldam os rumos da nação, compram vontades, influenciam decisões e
redesenham o destino coletivo conforme seus próprios interesses.
A população, que
deveria ser protagonista, termina reduzida a figurante. Serve como número
estatístico, massa eleitoral, público facilmente inflamado por discursos que
trocam a realidade pela conveniência. E esse mecanismo de manipulação se
aperfeiçoa na divisão entre direita e esquerda. A direita, em sua face mais extrema,
ergue bandeiras intensas, ordem, liberdade, moralidade. Mas muitas vezes
esconde, sob esses símbolos, um compromisso inegociável com privilégios
antigos.
Cria cenários de
heroísmo artificial, promove patriotismos de fantasia e transforma ignorância
em espetáculo. No subsolo dessa retórica, surgem atitudes que se confundem com
farsas, falsidades, fanatismos, gestos que alimentam o caos.
À esquerda, embora
frequentemente mais sensível às urgências sociais, também carrega suas falhas e
contradições. Não é perfeita, nem pretende ser. Mas ainda busca, em alguma
medida, enfrentar a fome, a desigualdade e o abandono. É uma corrente que se
debate entre acertos e tropeços, sem jamais escapar completamente do risco da
idealização!
Reflexões
No entanto, acima das
disputas partidárias, existe uma realidade dura e silenciosa, o povo permanece
na periferia do poder. É usado quando convém, descartado quando questiona
manipulado por narrativas que transformam vítimas em culpados. A fé é explorada
como moeda política; a desinformação se espalha como vírus; líderes que
deveriam representar a população se deixam arrastar por interesses que nada têm
de públicos.
Nessa dinâmica sombria,
o país vive doente. As instituições se fragilizam, a Justiça perde
credibilidade, a violência ganha terreno e a insegurança se torna parte da
rotina. Entre milícias, crimes políticos, discursos de ódio e decisões marcadas
por interesses ocultos, o cidadão comum se vê abandonado à própria sorte
tentando compreender quem, afinal, governa sua vida.
Mas há um fio de
esperança. Ele aparece nas vozes que se recusam à passividade, nos movimentos
que defendem dignidade, nas pessoas que enxergam além das fachadas. É no
despertar da consciência coletiva que reside à possibilidade de ruptura, romper
o ciclo de manipulação, exigir transparência, reconstruir a confiança
desmontada peça por peça.
Enquanto essa
transformação não acontece, a nação continua prisioneira do velho teatro.
Poucos escrevem o roteiro, poucos lucram com o espetáculo, e muitos pagam com
suas vidas, seus sonhos e sua paciência para assistir a um drama que não
escolheram viver.
O palco está montado.
Mas a história só muda quando o público decide levantar-se e ocupar, enfim, o
lugar que sempre lhe pertenceu. Quando você entender sua realidade você acorda, o maior medo da politicagem podre é pobre inteligente! Autor:
Viana Visão
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