segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

O Medo que não tem Nome!

   Viana Visão

                                

Eu não tenho medo da morte, tenho medo de ser improdutivo. É estranho admitir isso em voz alta como se confessasse a uma sombra que me acompanha desde cedo. A morte, silenciosa e inevitável, não me assusta. Ela é apenas uma fronteira distante, uma porta que um dia se abrirá por si mesma. Mas a improdutividade, essa sim me espreita. Essa se senta ao meu lado como um velho conhecido e sussurra que o tempo passa, que a vida se vai e que nada, absolutamente nada, garante que deixarei alguma marca. Vivo isso, numa espécie de vigilância íntima. 

Cada dia amanhece como uma folha em branco que exige ser preenchida com algo maior do que eu, um gesto, uma frase, um avanço, ainda que pequeno na longa construção de mim mesmo. Não é ambição; é sobrevivência, a improdutividade machuca mais do que o fracasso, porque ela não deixa rastros, não deixa história, não deixa memória. É como morrer aos poucos enquanto o mundo continua respirando ao redor. 

Tenho medo de viver encostado à vida, como um espectador que chegou cedo demais ao teatro, observando a poeira dançar no espaço onde o espetáculo ainda não começou. Há quem tema o fim, talvez eu tenha herdado essa inquietação do tempo, esse impulso de significar. Há algo dentro de mim que se contorce, como se a inutilidade fosse uma forma lenta de morte!

Reflexões

Ser produtivo, no meu íntimo, não é sobre números, metas ou tempo, é sobre presença. Sobre deixar que minha consciência toque as outras, mesmo que de forma breve. O debate não é sobre morrer, mas sobre o valor da vida. Sobre o direito de existir com sentido, com escolha, com autonomia. Não temo a morte; temo a possibilidade de ser prisioneiro de um corpo ou de um destino que já não me permite criar, transformar, significar.

A dignidade, para mim, sempre morou na liberdade de construir o próprio caminho. E enquanto escrevo estas linhas, percebo que a produtividade que busco não está no acúmulo, mas na profundidade. Em estar desperto para as coisas pequenas o toque da luz na manhã, o som do mundo respirando, o impacto silencioso de uma palavra certa dita na hora certa. 

Eu não temo a morte. Temo passar pela vida como se não tivesse vivido. E é essa consciência essa chama que me empurra diariamente para frente, mesmo quando tudo parece cinza. A morte é certa, mas a vida, essa eu ainda escrevo, uma página por dia! Autor: Viana Visão









sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

O Poder do Cativeiro Invisível!

   Viana Visão 

                             

Há alianças que moldam sociedades inteiras sem que percebemos a extensão de sua influência. Entre elas, poucas são tão antigas e eficazes quanto o elo entre religião e política. A religião, aliada a politica, é uma união perfeita para escravizar ignorantes. Quando unidas, tornam-se uma força capaz de conduzir multidões, estabelecer verdades absolutas e construir estruturas de poder que se estendem por gerações.

E, ao contrário do que muitos imaginam, essa união raramente se apresenta como tirania; quase sempre veste o manto da proteção, da ordem e do propósito. A fé, por sua natureza, toca aquilo que há de mais íntimo no ser humano o desejo de respostas, de sentido, de pertencimento. Já a política, por sua natureza, organiza o espaço onde existimos define regras distribui poder, administra destinos. 

Quando esses dois domínios se encontram, a linha que separa orientação de dominação se torna sutil. O que deveria libertar acaba, muitas vezes, aprisionando. O perigo não está na espiritualidade nem na participação social da cidadania, mas na transformação de ambos em instrumentos de obediência cega, e a mente se torna prisioneira!

Reflexões

Quando dogmas sagrados se misturam a interesses terrenos, cria-se um cativeiro invisível: pessoas deixam de pensar, duvidar, questionar e passam apenas a repetir. E, assim, tornam-se massa de manobra perfeita para líderes que, sob o pretexto de proteger valores ou honrar tradições, apenas perpetuam seu próprio poder. Ignorância, nesse contexto, não é ausência de escolaridade, mas ausência de consciência.

É a disposição de aceitar respostas prontas, de enxergar o mundo pelos olhos de quem se autoproclama ungido. É acreditar que liberdade existe mesmo quando as escolhas foram previamente moldadas. Mas toda reflexão verdadeira convida à esperança. Porque a mesma capacidade humana de crer e obedecer são também a capacidade de despertar, além das correntes imagináveis.

De perceber que fé não precisa servir a partidos, e que política não deve se sustentar de altares. Que nenhuma instituição merece o poder de determinar o pensamento alheio. E que o ato mais revolucionário, em qualquer época, é a lucidez. Quem busca compreender, já está um passo além da alienação. E quem questiona, mesmo em silêncio, já começou sua própria libertação. Quando a mente desperta, nenhum altar e nenhum trono conseguem mantê-la alienada. No despertar da consciência, a mente se liberta! Autor: Viana Visão




quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Desafios para o Brasil!

  Viana Visão 

A crença de que educação e cultura são capazes de transformar um país é amplamente difundida e correta. Esses dois pilares ampliam horizontes, fortalecem identidades, estimulam a criatividade e promovem o pensamento crítico. Contudo, são igualmente verdade que eles não atuam como varinhas de condão aptas a resolver, de imediato, os complexos problemas estruturais do Brasil. Pensar que políticas de incentivo isoladas farão do país uma espécie de conto de fadas é ignorar décadas de desigualdade, instabilidade e descontinuidade de políticas públicas.

A educação brasileira é frequentemente apresentada como a solução para todos os males sociais e econômicos. De fato, poucas forças são tão capazes de transformar vidas e ampliar possibilidades individuais quanto uma educação de qualidade. Entretanto, acreditar que apenas criar programas educacionais sem continuidade, sem investimento real, sem valorização docente e sem infraestrutura adequada produzirá milagres é desconhecer nossa realidade concreta.

Escolas precárias, currículos que muitas vezes não dialogam com a vida dos estudantes e as desvalorizações históricas do professorado compõem um cenário que reduz o potencial transformador da educação. Para que ela seja efetivamente um instrumento de emancipação, é necessário um compromisso duradouro, Inter setorial e estruturado, muito além de anúncios pontuais ou reformas improvisadas!

Reflexões

A cultura é igualmente fundamental. Ela dá forma às múltiplas vozes do país, preserva memórias, projeta identidades e cria espaços de pertencimento. Contudo, políticas culturais isoladas não são suficientes para garantir acesso democrático, continuidade de projetos e proteção contra retrocessos. A cultura floresce onde há liberdade de expressão, estabilidade institucional e reconhecimento da diversidade. Sem essas condições, ainda que haja editais e programas de fomento, artistas, produtores e comunidades culturais continuarão lidando com incertezas e limitações estruturais que impedem uma verdadeira democratização cultural.

A narrativa de que educação e cultura, sozinhas, salvarão o Brasil é sedutora, mas simplista. É preciso enfrentar a realidade: não existe solução mágica. O desenvolvimento sustentável exige uma articulação complexa entre políticas econômicas sólidas, reformas sociais profundas, redução de desigualdades, combate à corrupção, fortalecimento institucional e segurança pública eficaz. Educação e cultura são, sim, sementes férteis talvez as mais potentes que possuímos. Mas para germinarem plenamente, precisam de um solo preparado: políticas planejadas, investimentos de longo prazo, estabilidade política e um pacto social que reconheça sua centralidade.

Sonhar com um Brasil melhor é necessário; a transformação que desejamos exige mais do que programas isolados: requer constância, planejamento e responsabilidade pública. Ao compreendermos que educação e cultura são partes fundamentais, mas não exclusivas, desse processo, damos um passo importante para abandonar o mito da solução instantânea e abraçar a construção paciente, profunda e coletiva de um país mais justo, e próspero! Autor: Viana Visão


terça-feira, 9 de dezembro de 2025

A politica e a fé manipulada!

  Viana Visão 

Às vezes sinto que o Brasil está canceroso. A política, que já vinha capengando, encontrou na religião um combustível perigoso e o que deveria ser espaço de fé virou moeda de troca. Dói escrever isso, mas dói ainda mais assistir calado.

Eu olho para o cenário político e sinto uma mistura amarga de tristeza e revolta. A cada nova eleição, a cada discurso inflamado, percebo que não estamos apenas discutindo ideias. Estamos assistindo à captura de algo muito mais profundo: a fé do povo. E isso, para mim, é uma das maiores violências silenciosas cometidas neste país.

Porque fé é sagrada. Fé é o último abrigo de quem não tem mais onde se encostar. E quando a política estende suas mãos sujas para dentro dos templos, algo dentro de mim se quebra. Vejo líderes que deveriam ser guias espirituais transformando-se em cabos eleitorais; vejo altares usados como palanques; vejo o medo e a esperança sendo manipulados como se fossem botões de votação.

O Brasil parece ter se acostumado com o absurdo. Enquanto os políticos disputam poder, misturam versículos com promessas vazias e usam o nome de Deus como senha para conquistar votos, a população se divide se fere, se afasta. É como se tivéssemos transformado a espiritualidade algo tão íntimo, tão humano em ferramenta política!

Reflexões

Sinto falta da política que cuida, sinto falta da fé que acolhe. Hoje, vejo um país em que as duas se confundem de forma tão distorcida que já não sabemos onde termina a devoção e onde começa a manipulação.

Parece que a verdade perdeu espaço para o fanatismo, e que a sensatez ficou pequena diante de discursos que prometem céu na terra enquanto constroem infernos sociais. Fico com a impressão de que estamos todos em uma espiral, indo para lugar nenhum, enquanto alguns poucos se alimentam do caos.

Mas, apesar de tudo, há dentro de mim uma insistência quase teimosa. Uma vontade de acreditar que dá para virar essa página, que o Brasil ainda é maior que seus falsos profetas e seus políticos de ocasião. E talvez seja assim que a mudança começa: num desabafo, num sentimento profundo que não cabe mais guardado, numa recusa a aceitar que a espiritualidade do povo seja sequestrada pelo jogo político. O Brasil merece mais do que essa mistura nefasta entre poder e religião. Merece verdade. Merece respeito. Merece cura! Autor: Viana Visão

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

A Nação das Contradições!

   Viana Visão 

O Brasil, frequentemente classificado como um país em desenvolvimento herança do antigo conceito de “terceiro mundo” é marcado por contrastes profundos que vão além dos indicadores econômicos. Entre seus maiores desafios estão às contradições políticas que, somadas à ignorância estrutural, impedem o avanço social e dificultam a construção de um projeto de nação coerente.

Enquanto o país se destaca pela riqueza natural, diversidade cultural e potencial econômico sofrem também com a fragilidade de suas instituições, a falta de continuidade nas políticas públicas e uma população frequentemente desinformada. As contradições políticas brasileiras se revelam quando discursos de ética e ordem convivem com práticas históricas de corrupção, alianças contraditórias e manipulação populista.

Essa instabilidade é agravada pela ignorância não apenas a falta de estudo, mas, sobretudo, a ausência de pensamento crítico e a exposição constante à desinformação. Parte significativa da população, sem acesso adequado à educação e consumindo conteúdos distorcidos, torna-se vulnerável a narrativas simplistas, extremistas ou emocionalmente manipuladas! 

Reflexões

Assim, grupos políticos oportunistas se aproveitam dessa fragilidade para fortalecer interesses particulares e dividir a sociedade. Essa combinação entre contradição política e ignorância funciona como um círculo vicioso que reforça problemas típicos de países classificados como de “terceiro mundo”: desigualdade persistente, baixa confiança nas instituições, lentidão no desenvolvimento tecnológico e dificuldades em romper com modelos sociais ultrapassados.

O país, que poderia avançar com base em seu potencial humano e natural, permanece preso a disputas ideológicas superficiais e decisões coletivas que nem sempre refletem o interesse público. No entanto, reconhecer essas contradições é o primeiro passo para transformá-las.

O Brasil tem recursos, diversidade e uma população criativa capaz de reverter esse cenário, desde que haja investimento consistente em educação, informação de qualidade e fortalecimento democrático. Superar o rótulo de “país de terceiro mundo” exige enfrentar a ignorância e construir uma consciência política mais madura, fundada na crítica, na responsabilidade e no compromisso com o futuro coletivo! Autor: Viana Visão

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Ignorância Consagrada!

 Viana Visão 

Desde os primeiros dias daquele governo, percebi que o comportamento do grupo dos ignorantes já se insinuava de forma intensa. Um movimento compacto, fechado em si, alimentado por certezas artificiais. Com o tempo, aquela postura apenas se fortaleceu, como se um cimento emocional tivesse secado ao redor de todos eles. Seguidores assim costumam gravitar ao redor de um ponto central, uma figura elevada à condição de guia supremo, alguém cujas palavras não podem ser contestadas.

Mas o que mais me impressionou foi à maneira como essa devoção política começou a se misturar com um fervor religioso deslocado, criando uma circunstância perigosa. A partir do momento em que a autoridade do líder passa a ecoar com o peso de uma pregação, a razão se dissolve. Não é mais uma opinião; vira baderna. E, quando a baderna se impõe, a crítica se torna heresia.

Essa mistura ignorância e religiosidade desorientada, intensifica a péssima conduta de muitos. Qualquer ataque criminoso contra alguém, qualquer calúnia, qualquer invenção maliciosa, se transforma rapidamente em verdade sagrada. Basta que o guia insinue, e o coro dos ignorantes repete; basta que alguém ‘profetize’ num vídeo mal gravado, e aquelas palavras se espalham como se estivesse escrita num texto sagrado!

Reflexões

Fazem aplicativos de mensagens falsas e metade do que circula é enganação, moldada para inflamar, para manter o rebanho unido, para impedir que pensem. E aqueles que permanecem diante dos quartéis imóveis, atentos, quase em vigília permanente são sustentados por esse fluxo constante de mensagens fabricadas. Todo dia surge pelo menos uma nova mentira, às vezes duas, cuidadosamente elaboradas para manter acesa uma fé que não redime, mas aprisiona.

É assim que a ignorância, quando se veste de devoção, se transforma numa força destrutiva. E o que poderia ser reflexão espiritual acaba sendo usado como blindagem para justificar irracionalidades, abusos e delírios coletivos. O resultado é um ambiente onde a lógica se torna inimiga e onde o fanatismo encontra terreno fértil para florescer. E a ignorância leva o rebanho à criminalidade, a justiça com determinação, salvou o país fazendo valer a lei. A ordem soberana salvou a democracia! Autor Viana Visão

Desabafo sobre a politica brasileira!

  Viana Visão 

Às vezes eu paro, respiro fundo e me pergunto onde foi que perdemos o fio da esperança. O Brasil, com toda a sua grandeza, parece caminhar sobre uma corda bamba política que ameaça romper a qualquer vento mais forte. E eu, como tantos outros, observo tudo com um nó na garganta aquele nó feito de indignação, tristeza e um desejo silencioso de mudança.

A política, que deveria ser instrumento de cuidado, se transformou num palco de disputas pequenas, vaidades sem tamanho e promessas que evaporam no calor do tempo. Não é apenas frustração, é a sensação de que assistimos, repetidas vezes, ao mesmo teatro, apenas com atores trocados. A mesma peça, os mesmos truques, a mesma distância entre o poder e o povo.

É triste perceber que a honestidade virou exceção. Ver que o debate virou guerra. É uma ameaça notar que, enquanto brigam entre si, o país parece ficar à deriva, sem direção clara, sem propósito público. E nós, espectadores involuntários, herdamos o cansaço de gerações que também confiaram e se decepcionaram! 

Reflexões

Mas talvez o que mais machuca é perceber que poderíamos ser mais. Poderíamos ser maiores. Poderíamos exigir mais, cobrar mais, participar mais. E mesmo assim, tantas vezes nos calamos por puro esgotamento porque lutar contra um sistema que parece imune aos nossos clamores exige energia que nem sempre temos.

Ainda assim, mesmo nesse labirinto de desalento, carrego comigo uma fagulha que insiste em não se apagar. Uma teimosia de acreditar que o Brasil merece uma política justa. Que a mudança começa no incômodo, e o incômodo começa exatamente aqui, nesse desabafo, nessa palavra que nasce apertada no peito, mas que precisa ser dita.

Se um dia o país acordar para uma nova forma de fazer política, talvez perceba que tudo começou nos corações inquietos daqueles que, como eu não desisti de sentir e de sonhar com um Brasil melhor! Autor: Viana Visão

sábado, 29 de novembro de 2025

O Teatro do Poder!

  Viana Visão 

Há momentos na história de um país em que a vida pública se revela como um grande teatro. Os holofotes se voltam para políticos, juízes, pastores e figuras que ocupam o centro da cena, mas é no escuro da plateia, onde o dinheiro repousa silencioso, que se encontra o verdadeiro diretor. Ali, longe do olhar comum, bilionários e grupos econômicos moldam os rumos da nação, compram vontades, influenciam decisões e redesenham o destino coletivo conforme seus próprios interesses.

A população, que deveria ser protagonista, termina reduzida a figurante. Serve como número estatístico, massa eleitoral, público facilmente inflamado por discursos que trocam a realidade pela conveniência. E esse mecanismo de manipulação se aperfeiçoa na divisão entre direita e esquerda. A direita, em sua face mais extrema, ergue bandeiras intensas, ordem, liberdade, moralidade. Mas muitas vezes esconde, sob esses símbolos, um compromisso inegociável com privilégios antigos.

Cria cenários de heroísmo artificial, promove patriotismos de fantasia e transforma ignorância em espetáculo. No subsolo dessa retórica, surgem atitudes que se confundem com farsas, falsidades, fanatismos, gestos que alimentam o caos.

À esquerda, embora frequentemente mais sensível às urgências sociais, também carrega suas falhas e contradições. Não é perfeita, nem pretende ser. Mas ainda busca, em alguma medida, enfrentar a fome, a desigualdade e o abandono. É uma corrente que se debate entre acertos e tropeços, sem jamais escapar completamente do risco da idealização!

Reflexões

No entanto, acima das disputas partidárias, existe uma realidade dura e silenciosa, o povo permanece na periferia do poder. É usado quando convém, descartado quando questiona manipulado por narrativas que transformam vítimas em culpados. A fé é explorada como moeda política; a desinformação se espalha como vírus; líderes que deveriam representar a população se deixam arrastar por interesses que nada têm de públicos.

Nessa dinâmica sombria, o país vive doente. As instituições se fragilizam, a Justiça perde credibilidade, a violência ganha terreno e a insegurança se torna parte da rotina. Entre milícias, crimes políticos, discursos de ódio e decisões marcadas por interesses ocultos, o cidadão comum se vê abandonado à própria sorte tentando compreender quem, afinal, governa sua vida.

Mas há um fio de esperança. Ele aparece nas vozes que se recusam à passividade, nos movimentos que defendem dignidade, nas pessoas que enxergam além das fachadas. É no despertar da consciência coletiva que reside à possibilidade de ruptura, romper o ciclo de manipulação, exigir transparência, reconstruir a confiança desmontada peça por peça.

Enquanto essa transformação não acontece, a nação continua prisioneira do velho teatro. Poucos escrevem o roteiro, poucos lucram com o espetáculo, e muitos pagam com suas vidas, seus sonhos e sua paciência para assistir a um drama que não escolheram viver.

O palco está montado. Mas a história só muda quando o público decide levantar-se e ocupar, enfim, o lugar que sempre lhe pertenceu. Quando você entender sua realidade você acorda, o maior medo da politicagem podre é pobre inteligente! Autor: Viana Visão

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Brasil em Crise Moral!

 Viana Visão 

O Brasil vive uma realidade marcada por tensão política, desgaste institucional e perda de valores. Convivemos com políticos afrontando decisões do Supremo Tribunal Federal, condenados fugindo para outros países e atacando o próprio país como se fossem vitimas. Parte de líderes religiosos transforma a fé em discurso político, defendendo golpistas condenados e confundindo seus fiéis.

Enquanto isso, a sociedade convive com milícias, assassinatos, insegurança e um clima de impunidade que se arrasta há décadas. A polarização extrema transforma criminosos em heróis e confunde o senso moral de toda a nação. Apesar desse cenário sombrio, as instituições seguem funcionando, e a democracia mesmo frágil continua de pé.

O futuro da juventude dependerá da reconstrução dos valores, do fortalecimento da educação e da capacidade de transformar indignação em consciência cívica.  O país atravessa uma crise moral profunda, mas ainda tem forças para reencontrar o caminho da justiça, da ordem e da dignidade!

Reflexões

Não importa quem esteja no poder; o que importa é haver regras claras. Educação e cultura cívica, é o único fator que realmente transforma uma nação. Ensinando responsabilidade, ética e discernimento crítico para as próximas gerações. O caos atual não é criação de um único grupo. É resultado de, décadas de desigualdade; baixa educação política; manipulação por redes sociais; radicalismos dos dois extremos; cultura de impunidade histórica.

É um país cheio de contradições, em conflito, em crescimento lento, mas também cheio de força, resiliência e reinvenção. É um país que já viveu coisas muito piores e superou. Está tudo em minha mente aos 73 anos, vamos valorizar nossas experiências, e sobreviver às incertezas dos dias atuais. A democracia, mesmo ferida, permanece.

E o futuro dos filhos, netos e bisnetos dependerá da coragem de reconstruir valores, fortalecer a educação e cultivar consciência. O país vive uma crise profunda, mas não definitiva. Toda escuridão, um dia, encontra limite. E é desse limite que nascem os novos começos! Autor: Viana Visão

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

O microfone da Ignorância!

 Viana Visão 

Nos últimos anos, as redes sociais transformaram qualquer pessoa em “especialista” da noite para o dia. Basta ter uma câmera na mão, alguns seguidores e uma opinião forte. A autoridade deixou de vir da experiência, da formação ou da vivência agora vem do alcance. É a consagração do microfone da ignorância.

Enquanto alguns tentam contribuir de forma honesta, muitos se aproveitam da falta de filtros, espalhando receitas perigosas, conselhos financeiros arriscados, teorias sem fundamento e até diagnósticos médicos inventados. Informações complexas são reduzidas a vídeos de poucos segundos, e o que deveria ser conhecimento vira entretenimento.

A decisão veio de Pequim, a China desligaria o microfone da ignorância. Em sua política de disciplinar o caos digital, determinou que ninguém mais poderia falar de medicina, finanças, direito ou educação nas redes sociais sem comprovar que realmente entendia do que dizia. Não bastava eloquência; era preciso formação. Não bastava virilizar; era necessário ser competente.

O anúncio dividiu opiniões. Para uns, era censura. Para outros, um alívio. Pequim respondia com frieza: não estava restringindo a liberdade, mas regulando o delírio. E, nesse ponto, havia uma verdade difícil de ignorar. A China não age por impulso; age por diagnóstico. E desta vez, o diagnóstico também era mundial: as redes sociais deram palco, luz e plateia à ignorância organizada.

Nos últimos anos, não faltaram tragédias encenadas. Médicos imaginários ensinando curas milagrosas. Analistas financeiros improvisados prometendo riquezas instantâneas. Mestres espirituais manufaturados oferecendo revelações pagas. Um teatro onde a autoridade não nasce do estudo, mas da câmera de um celular! 

Reflexões

E é nesse cenário que o Brasil aparece como um caso de estudo ou de espanto. Temos dois milhões de influenciadores e catorze milhões de criadores de conteúdo. É quase um país dentro de outro, um continente digital crescendo 67% em apenas um ano. A maioria é jovem, fotogênica, articulada. Mas apenas 9% vivem realmente do que produzem. O restante sobrevive entre promessas, ilusões e algoritmos. Uma multidão confiante que confunde visibilidade com conhecimento, audiência com autoridade, likes com currículo.

Entre esses milhões, floresce uma vitrine perigosa. Gente ensinando a investir em esquemas duvidosos, a tratar doenças graves com soluções caseiras, a controlar a mente alheia por técnicas rápidas, a educar sem pedagogia, a falar de lei sem ter lido sequer a Constituição. E no rastro dessa economia da influência, surgem escândalos: influenciadores presos por lavagem de dinheiro, outros investigados por explorar crianças, outros por golpes que devastaram famílias inteiras.

No Brasil, diploma virou detalhe. O que manda é o algoritmo. E o algoritmo, essa força invisível que rege a vida digital, não tem compromisso moral. Ele favorece o barulho, não o saber; a polêmica, não a prudência; o risco, não a responsabilidade. Criou-se uma era em que a ignorância performática rende lucro, status e prestígio.

Enquanto a China fecha portas ao improviso e exige certificação, nós abrimos janelas, portões e portais. Seguimos confiando que a liberdade irrestrita resolverá sozinho o caos que ela mesma gerou. Seguimos acreditando na manipulação, da mentira e da imprudência. Estamos acelerando, a questão é apenas para onde.

Se a China age por diagnóstico, talvez seja hora de olharmos para o nosso. Porque, neste lado do mundo, o abismo digital já deixou de ser metáfora. Tornou-se endereço! Autor: Viana Visão

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

A Força da Persistência!

Viana Visão 

No começo, riram de mim. Disseram que meu livro era caro, que não valia a pena, que eu não iria longe. Não foi fácil ouvir essas palavras, mas cada uma delas se transformou em combustível para seguir adiante. Hoje entendo, a persistência tem força, peso e sentido. É ela que separa quem sonha de quem realiza.

Durante minha trajetória, percebi que muitas críticas não falam sobre o meu trabalho, mas sobre as limitações de quem critica. Gente que nunca criou nada se sente confortável para apontar o dedo para quem tenta. Aquilo que deveria me derrubar acabou me fortalecendo. Algumas pessoas só enxergam o preço, não o esforço. 

Olham o livro, mas não veem as noites em claro, as revisões, as inseguranças, os rascunhos rasgados, as ideias que nunca saíram do papel. Persistir é ficar de pé quando ninguém acredita nem mesmo você. Persistir é continuar mesmo cansado, mas sem perder a honestidade consigo mesmo. Houve momentos em que pensei em desistir.

Momentos de dúvida, de silêncio, de portas fechadas. Mas percebi que a persistência é como um músculo, quanto mais a exercitamos, mais forte fica. E quando finalmente chega o resultado, quando alguém lê o que escrevemos, quando tocamos alguém com nossas palavras percebemos que valeu a pena.

Persistir é uma escolha diária. É seguir mesmo quando dói. É acreditar mesmo quando duvidam. É escrever mesmo, quando ninguém entende o que está lendo! 

Reflexões

A vida recompensa quem não desiste não imediatamente, mas inevitavelmente. O verdadeiro resultado vem da força da persistência, aliada à determinação, ao trabalho, à experiência e à visão. Para aprender, é preciso passar por transformações.

A dignidade só se alcança com perseverança em todas as profissões, especialmente no campo da cultura literária. É um privilégio, para um escritor, experimentar a sinceridade do agradecimento. E perceber a utilidade cultural de sua obra tanto para a geração jovem quanto para os jovens da terceira idade, tão carentes de atenção e de estruturas de bem-estar social.

Não existe retorno mais valioso para a nossa dignidade. Infelizmente, quem nunca usufruiu o poder transformador da cultura literária não tem noção de sua grandeza. Sem os livros, eu seria um escravo da ignorância. Sou, e sempre serei um curioso persistente! Autor: Viana Visão


terça-feira, 11 de novembro de 2025

Epilogo de um planeta!

 Viana Visão

O planeta em que vivemos está se esgotando diariamente. Lentamente vai agonizando diante da poluição de rios e oceanos, destruição das matas. Camada de ozônio sendo dizimada sem que os chamados líderes mundiais façam alguma coisa para tentar reverter o extermínio.

Os cientistas que são especialistas em clima já deram seus alertas há muito tempo. A terra e os oceanos esquentam todos os anos acima dos níveis toleráveis provocando derretimento das camadas de gelo polar. Chuvas torrenciais destroem cidades em contrapartida com temperaturas insuportáveis e períodos de seca provocando crises hídricas e falta de abastecimento.

Os políticos se amparam em negacionistas que sem argumentos científicos espalham mentiras coniventes com os recursos que recebem de indústrias petrolíferas e outros grandes conglomerados que “compram” a opinião das pessoas com a disseminação de mentiras pela mídia.

Isso começou nos EUA onde o capitalismo através do partido republicano em especial nunca aceitou a necessidade do controle da emissão dos gases tóxicos, em detrimento do meio ambiente e da sobrevivência do nosso planeta! 

Reflexões

Os americanos estão fora de todos os tratados ambientais e pouco se lixando para o que acontece ao redor do mundo. Outros líderes mundiais por sua vez, dão as costas ao problema que finge não acreditar. Esse negacionismo raso em face das muitas comprovações científicas coloca a cada dia o mundo em risco.

A ausência de políticas públicas para reciclagem de materiais, uso adequado de materiais plásticos, e o investimento maciço em educação ambiental são alguns complicadores. Aliado a isso temos de ter países engajados no investimento pesado em transformação do lixo orgânico em energia, da reciclagem, saneamento básico para que nenhum litro de esgoto seja despejado em rios e oceanos.

São muitas as mudanças comportamentais, são muitos os investimentos necessários, porém, há que se ter consciência de que só temos um habitat para os sete bilhões de seres humanos que habitam a terra atualmente. A conscientização da sociedade, independente de posição política, religiosa ou geográfica é primordial.

Ainda dá tempo, mas é preciso saber que estamos vivendo o epílogo do planeta Terra, seus últimos atos, e a depender do comportamento dos seres humanos a destruição poderá ser acelerada e chegar muito tempo antes do previsto.

Cada árvore arrancada, cada mata destruída, são aceleradores do fim dos tempos. Não há mais tempo para negacionismo medíocre, não há mais espaço para discursos obtusos e vazios. Ou a ciência ou a extinção!

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.